domingo, 2 de dezembro de 2012

"A solidão é fera, a solidão devora"


Canto de Mesa

  
Prefiro a solidão, o abandono...
Como se fora objeto
Sobre a mesa,
Sobre o canto, insignificante,
De qualquer mesa de casa.
Antes assim
Do que ser objeto
De outrem.
Não me falem de amor
Por enquanto.
O encanto acabou
E o melhor remédio
É a solidão completa
Das horas frias e tristes.
Frias, tristes e previsíveis
Como os objetos frios,
Abandonados no canto
De qualquer mesa de casa.

  

Otacílio  Monteiro

Do livro Setenta Mil Faces, 1998 - esgotado

3 comentários:

  1. M A R A V I L H O S O!!

    Poema que lê a gente!!

    b eijo ternurento

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  2. :) Adorei isso, do poema que lê a gente. Valeu, poetisa!

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  3. Mais vale a "alegria" de um amor distante e sonhado...
    que a "tristeza" de um amor presente!!!

    Lindo poema!!!

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