Refúgio
Aqui
estou novamente.
Apresento-me
assim,
desarmado
e contente,
para
o único dever
que
me satisfaz ainda.
Deixei
para trás a teoria,
e
as rimas que pintarem,
acredita-me,
são casuais.
A
dureza maior da melancolia
é
não saber ao certo o motivo.
Eu
vivo assim há muito
e
é por isso que sempre volto
e
me refugio nas tuas listras,
nas
tuas linhas aconchegantes,
desde
muito antes de saber
que
a vida pode ser dura
ou
não, dependendo de mim.
um
tanto quanto mais magro
e
cansado dos dias que passam.
Venho
recuperar as forças
no
teu sangue branco e preto,
meu
amigo predileto,
minha
folha de papel.
Otacílio Monteiro
O Direito da Voz (1990)
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