quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Mais poemas

Mais um pouco de poemas que constam em meus livros esgotados. Em breve lançarei uma antologia com meus 50 poemas escolhidos. Por enquanto, vamos relembrando-os por aqui. Lá vão eles: 



Do livro “Palavras Bailam” (2001)


Encontro

Hoje me encontrei contigo
Enquanto me debruçava
Sobre o corpo de um poema.

O danado era esguio,
Todinho metrificado
Em suas curvas precisas.
O seu rosto era suave,
Transmitindo toda a calma
De uma noite estrelada.
E havia em seu olhar
Um sol intenso, dourado,
De ouro fino, tratado.

Sua pele era de seda
Importada junto aos deuses
Que governam a Beleza.
E  os seus lábios macios
Vinham rimar com os meus,
Feito um encontro de rios.

Sensual e atraente,
Como um corpo de mulher,
Esse poema saltava,
Ofegante de prazer,
Das mil páginas do livro
Da ternura e da libido.
Até nome ele tinha,
O teu nome, que não quero
Espalhar por estas linhas.

Um belíssimo poema,
Em essência e na forma,
Bem acabado, completo.
E, por sua infinitude,
Inexplorável, secreto
Na maior parte dos versos.
Um poema de amor,
De encanto e lascívia.
Onde me encontrei contigo,
Com meus desejos, comigo...

(Otacílio Monteiro)


Balé
  
A mulher bonita,
Quando dança,
Não dança.
A mulher bonita,
Quando dança,
Flutua.
De sol e lua,
Quando dança,
Veste-se a moça
Bonita.
Laço de fita,
Graça e ternura,
Roda a cintura
Feito criança.

A mulher bonita,
Quando dança,
Não dança.
E nem parece
Moça bonita,
Laço de fita,
De sole lua,
Quando flutua,
Feito criança.
Pois, quando dança,
A mulher bonita,
Por um divino,
Mágico arranjo,
Torna-se deusa,
Torna-se pura,
Doce figura
Azul de anjo.

(Otacílio Monteiro)


Do livro “Ímpares” (Poemas a quatro mãos)


Fraternal
  
Respirar luzes, soltar medos
Saber segurança ir e vir
Prazer proporção máxima chega
Superar limites conseguir.

Transpirar sons intimar vozes
Apertar mãos trocar ideias
Missão de anjos paraíso
Colorir beijos azaleia...

Comungar melodia corpo e alma
Fraternal erotismo se propaga
Procissão de só dois que soa calma
Um e outro integrar fusão de águas. 

(Otacílio Monteiro e Silvia Oliveira)

Eugênio de Andrade


Gosto demais de falar sobre o silêncio. Acho o tema  fascinante, principalmente nestes dias de falastrões. Mas quem me dera escrever com esta categoria.  Vejam só que bom gosto!




O SILÊNCIO




Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,
e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos
e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
pelo silêncio fascinadas.


Eugênio de Andrade


DRUMMOND

Dia 31 de outubro de 2012... 110 anos do Compadre Drummond. Uma vez que todo mundo está comemorando e postando hoje alguma coisa dele ou sobre ele,  me atreverei a publicar o poema "Varanda", com o qual ficamos entre os 30 melhores poemas do Prêmio Escriba de Poesia. em 2010, ou 2008. Xi, não sei mais, mas não importa. Lá vai:


Varanda

Carlos contempla Itabira
Da cadeira na varanda.
Minas, ele vê de Itabira,
E o mundo, a partir de Minas.

O mundo não se sustenta,
Não vive, não permanece
Se não houver a cadeira
Velha e rota na varanda.

Toda a sorte de restante,
O outro, a diversidade,
Só existe pelo filtro
De nosso olhar ensinado.

Ao certo, mesmo, criança,
Mundo velho não existe.
O ser humano é que existe.
O ser humano é varanda.

    
                Otacílio Monteiro

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A Invenção da Música



A faixa "Das cordas e demais baratos", uma bossa em homenagem aos músicos brasileiros,nas pessoas dos queridos e talentosos Cláudio Vigerelli, China e Raquel Pavanelli.  O poema se chama "A invenção da música segundo os boêmios"

Do show de lançamento - O Elixir



A Faixa que deu nome ao CD, aqui interpretada por Emanuel Massaro e Manoel Tchembo, durante o show de lançamento do CD, no Teatro Vitória, dia 29 de abril de 2012. Um dia para a história da Música na cidade de Limeira. 42 convidados especiais fizeram um grande show para uma grande plateia. Sucesso!

Regresso, com Emanuel Massaro e Débora Vidoretti



O carro-chefe do cd O Elixir, de  Emanuel Massaro e Otacílio Monteiro.  Falando das coisas do brasil, com o violão do Emanuel e a linda voz da Débora fazendo eco para o mundo inteiro. UM regresso ás boas coisas da Terra. Vem comigo!

Atividades culturais para Limeira e região


Um pouco do Amor em 12 poemas



Do livro  "O Amor em 12 Poemas "  (Otacílio Monteiro)


Conquista

Teus olhos banharam de mel
o meu corpo
e banharam-se nos meus.
E eu que era tão feliz,
tão dono de mim
e do meu querer,
caí aos teus pés
de mulher apaixonada
e penetrante.

E já estou de novo
sorrindo bobo
e já estou de novo
chorando à toa,
meu corpo cachorro-sem-dono
todo coração.

Tento subverter-me:
Onde coração, cabeça.
Onde tesão, controle.
Lógica, onde paixão,
e total indiferença.

Morrem na praia os meus planos.
Os anos não me ensinaram
a domar os sentimentos.
Agora, tens uma bandeira
fincada no meu peito.
Enquanto durar esta invasão,
peço que me faças feliz.
Vou me entregar à tua doçura,
a bárbara doçura
dos que conquistam.


Anatomia

Tenho coração em dia,
uma boca e um cérebro,
e suponho que esteja certo
conforme a Anatomia.

Queria, no entanto,
uma boca só pra você
e seus beijos de TV,
um coração em cada canto
do meu peito de amante
e bastante massa cinzenta
que coubesse em dois
cérebros  inteligentes.

Aí, então, sendo um super-homem
faria super de tudo
pelo nosso super-enorme
e desajeitado amor.
E você não iria mais querer
de outro a boca e o coração.
Meus dois cérebros de super-homem
Descobririam a fórmula
Da eternidade da paixão.


Pétalas


A pétala do mal-me-quer
ficou por último.
Purpúrea dor,
terror da solidão.
Um coração quebrado
em setecentos pedaços,
traços de saudade
enrugando o rosto
da beldade.

O tempo passou,
surgiram novos amores,
mas as dores do mal-me-quer
mulher nenhuma esquecerá.
Assim seja,
assim está escrito!
Pétalas da flor-saudade
marcando o rosto bonito.


Sala de Aula

Sou um homem.
Não sou uma letra
nem um nome
nem um ângulo.

Azar enorme.
Letra não teme,
nome não sofre,
ângulo não ama.


O livro "O Amor em 12 Poemas", lançado em 1991, vendeu 5 mil exemplares e marcou época entre os estudantes do Ensino Médio em Limeira e região. A obra inspirou  recital homônimo estrelado pelo poeta e pelas musicistas Heloísa  Meireles (Violão) e Vera Schneider (Voz), entrelaçando os textos do livro com o melhor da MPB. 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Microcontos? Pronto



Brilhantina

Percival Brilhantina era conhecido pela ousadia. Aventuras e traquinagens da pá virada fizeram sua fama nos quatro cantos da Terra.
Acordara, certo dia, disposto a ir a Brasília. Foi. 
Às quatro da tarde, já tomava chá com o presidente.
Sugeriu cachaça. Aceitou-se.Sugeriu cerveja, mulheres, fandango. Fez-se! Sugeriu Brilhantina Ministro das Praças Públicas. Trêbado, o presidente assentiu. Ele, então, cuspiu de lado, disfarçou e caiu fora.
Quando contava esse caso, Brilhantina mangava: _ Vejam só o que faz a pinga! 

Otacílio Monteiro


 Exílio

 Chegou perto. Girou nos calcanhares, titubeou, tornou a andar. Socou a coxa direita, parou, respirou    fundo e seguiu caminho. Quis olhar para trás, achou melhor não.
Desde Isabel, aquilo não ocorria. O que estava sentindo era paixão de verdade, talvez amor. Riu-se de flagrar-se assim, juvenil. Ao dobrar a esquina, pensou em voltar e bater na porta de Paula. Mas decidira deixá-la em paz; era velho demais para ela.
Telefonou para casa. Comprou um bilhete não se sabe pra onde. Embarcou.
Fugiu dos vínculos que formara e não pudera sustentar. Engrossou a lista dos desaparecidos.

Otacílio Monteiro

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"Otacílio 50, Um artista da palavra na contradança do tempo".  
Uma exposição itinerante sobre meus 50 anos de vida e 30 de carreira literária.


Em breve! 

domingo, 21 de outubro de 2012

Poemas são como filhos?

Dizem que poemas e livros são como filhos, mas honestamente sempre tem alguns que a gente gosta mais. Aqui vão alguns textos que  marcaram para mim e, acredito, também para meus leitores. Em breve teremos um livro com meus 50 poemas escolhidos.  Espero que gostem!


 Do livro Poematéria

À Mulher que eu Amo

 A mulher que eu amo
É morena
De olhos castanhos,
Às vezes serena
E às vezes nervosa.
A mulher que eu amo
Adora rosas e carinho,
Mas é dura feito pedra
Quando quer,
Às vezes criança
Às vezes mulher.
A mulher que eu amo
Não mede palavras
Quando preciso,
Embora seja discreta,
Ainda que curiosa.
Às vezes espinho,
às vezes rosa,
Mas sempre muito
          Maravilhosa
          Mente humana.

Cristal

Bebe da poesia,
canta os dias que virão.
fala de amor.
Bebe dessa poesia
e faz dela tua arma,
branca e pura,
antes que ela te engula
e faça de ti um instrumento
fraco e mudo.


Poematéria

O caipira faz um poematuto,
a indústria tece um poematéria.
Um poemacaco foge do zôo,
Um poemacuco levanta vôo.

Marceneiro bate um pormartelo,
o artista pinta um poemarelo,
enquanto desfruta um poemarmelo
e escuta e dança um poemaxixe.

Na sua beliche, o poetalvez
Finca no papel a canetantã.
Surge à luz do dia uma estrofeliz
e o sol anuncia um poemanhã.



Tempoema

Tempo e matéria
Tem poesia na matéria
Poema tema teria
Sem maneiras de amor?

Tempo e maneira
Tem poema nesta artéria
Poematéria, eis o tema;
Tempo e amor
                       Tempoema.



Pavão

Gol de Pelé, lançamento de Gérson.
Acordeon de Gonzaga,
vagalume em noite alta,
peralta em pé-de-limão.
Coração idealista,
vista do mar de manhãzinha,
Mãe Menininha derramando bênção,
violão de Caetano,
ano novo sem seca.
Gol de Careca, lançamento de Pita.
Fita de Tarzan de manhã cedinho,
cavaquinho de Waldir Azevedo,
enredo da Império 86,
dia dez de todo mês.


Solto

Eu cumpro na terra a minha missão
tolíssima de escrever poemas.
De retalhar palavras e empilhar histórias
do arco-da-velha e velhas memórias.
Eu cumpro na terra minha missão
de conhecer meninas pro meu coração
e de roubar pedaços do teu dia-a-dia
e arrebentar cadarços de meninas novas
e buscar estrelas nas manhãs chorosas
e escrever poemas de ponta porosa
e encharcar mil terras de maneira óbvia
e nesta rodovia ultrapassar mil carros
e não fazer problemas de milhões de escarros
aguentando a barra dum trabalho escravo
o cravo na lapela e na janela o jarro
o jarro na capela e na capela o padre
o padre na miséria e na espera a madre
a madre no poema e no poema o povo
o povo na gandaia a saia ergueu de novo
o novo no poema é estar sempre
solto.



Agenda

Se em vida me fazem pouco,
morto quanto valerei?
Quanto valerá o rouco
verso dirigido ao rei?

Quantos lembrarão meu rosto
 e as roupas que escolhi
para os bailes onde apenas
ou nem mesmo eu me vi?

Se em vida me fazem pouco,
morto quanto valerei?
Quantos loucos debruçados
Sobre os versos que farei
Lembrarão os meus prazeres
E os seres a quem amei?
Quantos lembrarão meu nome
quando na mesa de um bar
ou quando as cordas trouxerem
o que eu gostei de cantar?
Ao menos fazendo choça,
quantos lembrarão de mim
ou da fossa que eu curtia
ao toque do bandolim?

Meus pais, irmãos e amigos
e parentes em geral
farão aos meus inimigos
ao menos guerra mental?
As namoradas que tive
lembrarão os beijos meus,
guardando entre seus pertences
Os meus escritos plebeus?

Quem guardará minha agenda
de compromissos perdidos
e endereços errados
e telefones vencidos?
Quem lembrará minhas datas,
Se em vida sou esquecido?

Quem colocará à venda
os livros que imaginei;
quem seguirá minha senda
mesmo tachado de louco?
Morto, quanto valerei
Se em vida me fazem pouco?



Do livro “O Direito da Voz”


Renúncia

De repente eu estava nu,
de repente eu estava só.
Dei as costas para o mundo,
não admiti ajuda.
Foi o meu primeiro ato
de consciente renúncia
e minha primeira dor.
O sol queimou o meu rosto
que estava nu e estava só,
mas eu não procurei colo
e assumi a solidão.
Dei as costas para o mundo
e absorvi o prejuízo.
Não admiti ajuda.
Foi o meu primeiro ato
de consciente renúncia.
Tacharam-me vagabundo.


Refúgio

Aqui estou novamente.
Apresento-me assim,
desarmado e contente,
para o único dever
que me satisfaz ainda.
Deixei para trás a teoria,
e as rimas que pintarem,
acredita-me, são casuais.
A dureza maior da melancolia
é não saber ao certo o motivo.
Eu vivo assim há muito
e é por isso que sempre volto
e me refugio nas tuas listras,
nas tuas linhas aconchegantes,
desde muito antes de saber
que a vida pode ser dura
ou não, dependendo de mim.
Apresento-me assim, desarmado,
um tanto quanto mais magro
e cansado dos dias que passam.
Venho recuperar as forças
no teu sangue branco e preto,
meu amigo predileto,
minha folha de papel.



A Relação

Caiu a mão sobre a tecla
e a tecla sobre o papel.
Sobre tudo, a mescla:
Carinho - ataque cruel.

A relação, humana relação,
é latente.
                  Antiga mente
previu        
                   antigamente.

O papel       vítima?
A tecla         cínica
                     ou carinhosa?
A rosa e o regador,
o regador e a rosa.

É preciso que se molhe
para que haja vida.
Necessário que se imprima
para que haja vida,
é a lei da continuidade.

A mão sobre a tecla
            sobre o papel
                      sobre a estante
diante dos homens.
Para que saibam
              (direito adquirido)
que é dever de todo jardineiro
andar dentro da lei
                  em todos os sentidos.


Caminhos da Vida
      (No colo do mundo, escuro calvário)

Os caminhos da vida são diversos.
Dispersos pelo mundo, os homens.
Há caminhos de infância:
poesia e brinquedos.
De mocidade:
boemia e aventura.
De vida adulta:
nostalgia  e distância.

Com um pouco de bom senso
e uma pitada de sorte,
compreende-se a tempo
que se caminha pra morte.
E mesmo assim – que trabalho! –
muitos procuram atalhos,
pra que não fique tão longe
chegar não se sabe onde.


As Gaivotas

A árvore, às vezes, vira ave.
Na aventura do vôo,
os galhos viram asas,
Raízes no ventre da terra,
Raízes no véu infinito.
Visionária viagem,
voluntária vertigem.
O verde é vivo como o vento,
A gaivota, leve como um verso livre.
A vista vislumbra várias verdades.
Haverá verdade?

(Aos poucos vamos publicando. Tem tanta coisa ainda, mas a gente chega lá. Abraços!).

Fotopoemas

  Presentes do pessoal que gosta de poesia e tem bom gosto para "formatá-las". 
Obrigado, especialmente, à Sidiane, da comunidade Rastros de Ternura.




Um pouco sobre o poeta


Otacílio Monteiro, poeta brasileiro


Nasci em Araraquara, na então famosa Usina Tamoyo, a 10 de maio de 1962.  Meu pai era fiscal do corte de cana e minha mãe cuidava da casa e dos cinco filhos, dos quais era eu o caçula.  Moramos primeiro na Seção Jacaré, até meus seis anos de idade.  Depois fomos para a Seção Bela Vista, onde esquentei o primeiro banco escolar, tomei o primeiro sorvete, vi a primeira peça de Teatro, saboreei o primeiro filme e escutei falar de Deus na catequese, misturando medo, respeito e piedade. Não foi pouco, se pensarmos que vivi ali apenas dois anos.  Na Bela Vista fiz alguns amigos que viraram poeira na esteira do tempo. O Mique, o Pedro, a Gonçalina e o Chaminé virariam apenas nomes e apelidos, ensinando-me que o ser humano tem poder de virar a página.

Nesta minha primeira infância, conheci ainda a televisão, pouco antes de mudarmos para Limeira.  Foi durante a Copa do Mundo de 1970, quando Rivelino me fez corintiano com a poesia do seu futebol. Tinha oito anos e me dava muito bem, já nessa época, com duas esferas: a bola e a lua. Quando não estava jogando bola na rua, estava absorto em sei lá qual pensamento, com a cabeça no mundo da lua, sempre muito despreocupado, meio devagar, tímido e desinteressado. Bronca de pai, risos de amigos, chateação dos irmãos e dengos da mãe, como acontece aos caçulas.

         Em Limeira, o mundo se abriu sob meus pés, mas uns bons amigos de primeira hora, todos também boleiros mirins, me acolheram. Na Escola Brasil a professora Marta me incentivou a fazer redações, que na época se chamavam composições. E me deu a chance da desforra contra a Matemática, o Desenho e outras matérias que, pelo resto da vida, me nivelariam por baixo.

            Entre o Primário e o Ginasial, fiz a Primeira Comunhão e depois ingressei na Comunidade de Jovens Cristãos da Igreja de São Benedito, onde aos trancos e barrancos travei contato com textos bíblicos, desenvolvi um pouco a oratória e o senso de equipe e, depois de algum tempo, me chateei com o autoritarismo e a prepotência dos carolas. Mas, quando entrei, tinha 14 anos e, nesta época, também consegui o primeiro emprego, em um escritório de Contabilidade. Pouco antes havia feito meu primeiro poema e, encontrando como patrão o poeta Francisco de Assis Ferraz, que exibia em sua sala livros e certificados de Antologias, me animei ainda mais. Embora fosse bom funcionário, certamente não deixei de errar o serviço muitas vezes, com a cabeça em alguma garota ou num devaneio que daria um texto.

            Aos 19 anos debutei como letrista em festivais de MPB.  Aos 26 publiquei o primeiro livro e ingressei na profissão de jornalista.  De lá para cá participei de vários concursos e festivais, como autor ou como jurado, fui presidente e compositor de uma escola de Samba e ajudei a criar grêmios literários em minha região. Publiquei 12 livros de forma independente, quase todos de Poesia, e me enfronhei definitivamente no fazer cultural de minha cidade.  Atualmente, ministro a palestra “Palavra, ferramenta de trabalho”, divulgando meus livros infantis “Pau, Pau, Pedra, pedra” e “Paulo Pedro descobre a magia das cores”.  Assino, em parceria com o músico e arranjador Emanuel Massaro, todas as 14 canções do CD “O Elixir”.

Meu último emprego foi na Prefeitura municipal de Limeira, onde me aposentei em 2010.  Agora me sinto mais livre para fazer o que gosto. De forma voluntária, continuo organizando o Prêmio Cidadão de Poesia e a Semana cultural comerciária, eventos patrocinados pelo Sindicato dos Comerciários de Limeira. Projeto escrever novos livros infantis, publicar poemas inéditos e reeditar livros esgotados.

  Escrever e divulgar o próprio trabalho tem sido uma realização indescritível. Enquanto sentir alegria, isso fará todo sentido. Minha companheira, Sílvia, me dá a maior força, mas volta e meia me chama de volta à terra firme. Fico pouco. Sou mesmo do mundo da lua!





Ø  Bibliografia

Poesia

1988 – Poematéria  (1.400 exemplares) – esgotado;
1989 – O Direito da Voz (1.000 exemplares) – esgotado;
1991 – O Amor em 12 Poemas (5.000 exemplares) – esgotado;
1992 – Pavão ( 2.000 exemplares ) – esgotado;
1994 – Caminhos do Coração (1.000 exemplares) – esgotado;
1995 – As janelas da Alma (500 exemplares) – esgotado;
1996 – Ímpares (com Silvia Oliveira – 600 exemplares) – esgotado;
1998 – Setenta Mil Faces (1.000 exemplares) – esgotado;
2001 – Palavras bailam (1.000 exemplares) – esgotado.

Ø  Infantis
2000 – A Greve dos espantalhos (1.000 exemplares – esgotado);
2006 - Pau, pau, pedra, pedra (na terceira edição, com mais de 6 mil exemplares vendidos);
2011 - Paulo Pedro descobre a magia das cores.

Obs.: Todos editados e distribuídos de forma independente, através de palestras, visitas a escolas e sessões de autógrafos.


Ø  Prêmios:
1989 – Concurso Municipal Verso Livre – Limeira – 1º lugar
2000 – Prêmio “Interneco” de Poesia – Limeira – 1º lugar
2008 – Limeira em Cantos e Contos – 3º lugar em Poesia e 1º lugar na categoria “Conto”
Várias vezes vencedor das fases “Municipal” e “Regional” do Mapa Cultural Paulista nas Categorias Poesia e Contos.