Otacílio Monteiro, poeta
brasileiro
Nasci em Araraquara, na então famosa Usina
Tamoyo, a 10 de maio de 1962. Meu pai
era fiscal do corte de cana e minha mãe cuidava da casa e dos cinco filhos, dos
quais era eu o caçula. Moramos primeiro na
Seção Jacaré, até meus seis anos de idade.
Depois fomos para a Seção Bela Vista, onde esquentei o primeiro banco
escolar, tomei o primeiro sorvete, vi a primeira peça de Teatro, saboreei o
primeiro filme e escutei falar de Deus na catequese, misturando medo, respeito
e piedade. Não foi pouco, se pensarmos que vivi ali apenas dois anos. Na Bela Vista fiz alguns amigos que viraram
poeira na esteira do tempo. O Mique, o Pedro, a Gonçalina e o Chaminé virariam
apenas nomes e apelidos, ensinando-me que o ser humano tem poder de virar a
página.
Nesta minha primeira infância, conheci ainda a
televisão, pouco antes de mudarmos para Limeira. Foi durante a Copa do Mundo de 1970, quando
Rivelino me fez corintiano com a poesia do seu futebol. Tinha oito anos e me
dava muito bem, já nessa época, com duas esferas: a bola e a lua. Quando não
estava jogando bola na rua, estava absorto em sei lá qual pensamento, com a
cabeça no mundo da lua, sempre muito despreocupado, meio devagar, tímido e
desinteressado. Bronca de pai, risos de amigos, chateação dos irmãos e dengos
da mãe, como acontece aos caçulas.
Em Limeira, o mundo se abriu sob meus
pés, mas uns bons amigos de primeira hora, todos também boleiros mirins, me
acolheram. Na Escola Brasil a professora Marta me incentivou a fazer redações,
que na época se chamavam composições. E me deu a chance da desforra contra a
Matemática, o Desenho e outras matérias que, pelo resto da vida, me nivelariam
por baixo.
Entre o Primário e o Ginasial, fiz a
Primeira Comunhão e depois ingressei na Comunidade de Jovens Cristãos da Igreja
de São Benedito, onde aos trancos e barrancos travei contato com textos
bíblicos, desenvolvi um pouco a oratória e o senso de equipe e, depois de algum
tempo, me chateei com o autoritarismo e a prepotência dos carolas. Mas, quando
entrei, tinha 14 anos e, nesta época, também consegui o primeiro emprego, em um
escritório de Contabilidade. Pouco antes havia feito meu primeiro poema e,
encontrando como patrão o poeta Francisco de Assis Ferraz, que exibia em sua
sala livros e certificados de Antologias, me animei ainda mais. Embora fosse
bom funcionário, certamente não deixei de errar o serviço muitas vezes, com a
cabeça em alguma garota ou num devaneio que daria um texto.
Aos 19 anos debutei como letrista em
festivais de MPB. Aos 26 publiquei o
primeiro livro e ingressei na profissão de jornalista. De lá para cá participei de vários concursos e
festivais, como autor ou como jurado, fui presidente e compositor de uma escola
de Samba e ajudei a criar grêmios literários em minha região. Publiquei 12
livros de forma independente, quase todos de Poesia, e me enfronhei
definitivamente no fazer cultural de minha cidade. Atualmente, ministro a palestra “Palavra,
ferramenta de trabalho”, divulgando meus livros infantis “Pau, Pau, Pedra,
pedra” e “Paulo Pedro descobre a magia das cores”. Assino, em parceria com o músico e arranjador
Emanuel Massaro, todas as 14 canções do CD “O Elixir”.
Meu último emprego foi na Prefeitura
municipal de Limeira, onde me aposentei em 2010. Agora me sinto mais livre para fazer o que
gosto. De forma voluntária, continuo organizando o Prêmio Cidadão de Poesia e a
Semana cultural comerciária, eventos patrocinados pelo Sindicato dos
Comerciários de Limeira. Projeto escrever novos livros infantis, publicar
poemas inéditos e reeditar livros esgotados.
Escrever
e divulgar o próprio trabalho tem sido uma realização indescritível. Enquanto
sentir alegria, isso fará todo sentido. Minha companheira, Sílvia, me dá a
maior força, mas volta e meia me chama de volta à terra firme. Fico pouco. Sou
mesmo do mundo da lua!
Ø Bibliografia
Poesia
1988
– Poematéria (1.400 exemplares) –
esgotado;
1989
– O Direito da Voz (1.000 exemplares) – esgotado;
1991
– O Amor em 12 Poemas (5.000 exemplares) – esgotado;
1992
– Pavão ( 2.000 exemplares ) – esgotado;
1994
– Caminhos do Coração (1.000 exemplares) – esgotado;
1995
– As janelas da Alma (500 exemplares) – esgotado;
1996
– Ímpares (com Silvia Oliveira – 600 exemplares) – esgotado;
1998
– Setenta Mil Faces (1.000 exemplares) – esgotado;
2001
– Palavras bailam (1.000 exemplares) – esgotado.
Ø Infantis
2000
– A Greve dos espantalhos (1.000 exemplares – esgotado);
2006
- Pau, pau, pedra, pedra (na terceira edição, com mais de 6 mil exemplares vendidos);
2011
- Paulo Pedro descobre a magia das cores.
Obs.: Todos
editados e distribuídos de forma independente, através de palestras, visitas a
escolas e sessões de autógrafos.
Ø Prêmios:
1989
– Concurso Municipal Verso Livre – Limeira – 1º lugar
2000
– Prêmio “Interneco” de Poesia – Limeira – 1º lugar
2008
– Limeira em Cantos e Contos – 3º lugar em Poesia e 1º lugar na categoria
“Conto”
Várias
vezes vencedor das fases “Municipal” e “Regional” do Mapa Cultural Paulista nas
Categorias Poesia e Contos.
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