quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Eugênio de Andrade


Gosto demais de falar sobre o silêncio. Acho o tema  fascinante, principalmente nestes dias de falastrões. Mas quem me dera escrever com esta categoria.  Vejam só que bom gosto!




O SILÊNCIO




Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,
e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos
e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
pelo silêncio fascinadas.


Eugênio de Andrade


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