quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Sua majestade, o Samba


Benção 


Santo 

seja o samba com seu rosto negro,

Sua alma negra e seu reverso branco!

Santo

Seja o samba com seu véu de seda,

Sua lua branca, seu olhar aceso!

Santo 

Seja o samba de cantar as mágoas,

De acender as velas e calar o canto!

Santo 

Seja o samba de vazar as horas,

De enrolar o tempo e enganar o pranto! 

Santo, Santo

E bendito seja 

O samba que nasce em terreiro

E se planta no asfalto!

Abençoado o batuque,

O samba de roda e o partido alto!

Santo, santo e bendito

Seja o samba altaneiro,

Que atravessa fronteiras 

Porque não tem paradeiro!

Abençoado o samba,

Criança de pés no chão!

Bendito seja o pandeiro;

Salve o samba brasileiro,

Feito na palma da mão! 

Otacílio Monteiro  


2 comentários:

  1. Lindo poema!! Com antíteses que se completam e abrem ao leitor imensas "fronteiras" a serem atravessadas.
    Parabéns, Otacilio Monteiro.

    Beijo ternurento

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  2. :) Que lindo comentário. obrigado, Clau poetisa!

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