Clássico
Era um poeta.
Divagava_
lápis e papel à mão_ entre garrafas e bitucas, guitarras e cavacos, amigos e
mulheres.
Ah, as mulheres, que perdição!
Naquela manhã, contrariando sua doutrina de boêmio e
bêbado, Cecílio estava sóbrio e desperto, pronto para abater mulher alheia em
seu momento nobre, aquele intervalo entre a saída do corno e as tarefas
domésticas. Às oito, adentrara a casa e começara o serviço, entrecortado de
versos de amor.
O Soneto de Fidelidade ficou faltando uma parte. Cecílio Mendes virou
saudade com um balaço na testa. O casal se mudou pra longe.
Otacílio Monteiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário